A Hereditariedade e o Meio
A discussão hereditariedade vs ambiente, é uma das questões teóricas mais antigas tanto da filosofia quanto da psicologia.
“A Hereditariedade abrange todas as influências transmitidas dos pais às células do sexo, que se fundem para formar o rebento. O que as pessoas herdam continua a predispô-las e a estimulá-las por toda a vida, porque o código hereditário actua enquanto existe vida. A Hereditariedade é um processo, no decurso de cujo desenvolvimento emergem os traços genéticos.”
“ O ambiente é aquilo que envolve os seres vivos ou as coisas.
O meio em que a pessoa vive é tanto físico quanto social. Os vários factores físicos – por exemplo: Clima, localização em um subúrbio descampado ou num bairro congestionado da cidade, o tamanho e a conveniência do lar – continuamente afectam a criança de inúmeras maneiras.”
John Watson defendia uma tese comportamentalista onde afirmava que as pessoas eram feitas, que um bebé não era mais que um pedaço de barro que se podia moldar e ser trabalhado pelas mãos do artesão, ou seja através do meio o bébé podia ser moldado de modo a tornar-se qualquer coisa, um músico, trapezista, criminoso, etc.
Um bebé de nome Albert B., serviu para testarem a teoria do condicionamento, que tinha nove meses.
Foi o comportamentalismo e esta corrente que tinha uma posição defensora do papel do meio
Watson, foi o pai do comportamentalismo clamou que a base da psicologia é o comportamento.
Esta teoria baseia-se em que o organismo aprende independentemente do potencial genético.
A aprendizagem é vista como resultado der associações formadas entre estímulos e acções ou impulsos de agir.
Watson, acreditava que tinha encontrado a verdade máxima da psicologia e que isso não era obstante aos antecedentes genéticos. A estimulação do meio através do condicionamento podia levar a qualquer tipo de comportamento
Watson lutava arduamente para dar à psicologia factos científicos, pouco lhe interessava se a audiência gostava ou não. As suas abordagens eram frias, objectivas e desapegadas.
Watson e os defensores do meio, tinham uma frase de guerra “Dêem-me um bebé…”.
Henry Goddard
Um dos maiores defensores da hereditariedade foi Henry Goddard (um dos pioneiros dos estudos sobre a deficiência mental) que, em 1912, publicou um artigo sobre a família Kallikak (nome fictício). Martin Kallikak teve filhos de duas mulheres, uma era da alta sociedade outra era uma empregada de uma taberna. Do casamento surgiram descendentes que alcançaram grande prestígio (médicos, advogados, reitores, etc.), da relação amorosa com a amante, os descendentes tinham uma baixa condição humana sendo, a sua grande maioria, alcoólicos, ladrões ou prostitutas. Para Henry Goddard, a explicação era a hereditariedade , a inteligência era directa e relacionada com o genótipo. Preguiça, a inteligência para ele eram características que herdamos dos nossos pais através dos genes dominantes ou recessivos.
Charles Benedict Davenport
Foium Eugenista americano, fundador do eugenic Record Office, ou ERO, que operou até 31 de Dezembro de 1939, onde estabeleceu métodos estatísticos biológicos e sua aplicação no estudo de problemas hereditários. Defendeu que o comportamento, e nao somente as caracteristicas físicas, era hereditário e no livro "Hereditary in Relation to Eugenics" de 1911, advogou a proibição de casamentos interraciais, para além de defender a diminuição de imigração nos Estados Unidos da America, por considerar que eram inferiores. Para Charles Davenport todas as pessoas nascem geneticamente iguais e as suas diferenças posteriores resultam de oportunidades ambientais.
Konrad Lorenz
Konrad Lorenz, "pai" da etologia (estudo do comportamento animal, especialmente, no seu meio natural), levou a cabo uma experiência com gansos brancos (1935) para provar que o factor tempo é responsável pelas alterações do desenvolvimento do comportamento. Os gansos bebés seguiam o primeiro estímulo móvel que vissem logo após o nascimento e durante as primeiras horas de vida. No momento do nascimento quem estiver presente é quem é entendido como sendo a mãe para os bebés gansos.
As causas do desenvolvimento humano são múltiplas e complexas e podem não corresponder aos estudos realizados com os animais de outras espécies. Contudo, ele é entendido, pela grande maioria dos psicólogos do desenvolvimento, como o resultado da interacção entre a hereditariedade, o meio e o factor tempo.
Jean Piaget
Piaget nos seus estudos de Psicologia Gnenética-investigação sobre o desenvolvimento intelectual da criança, concebe o conhecimento como um processo dinâmico resultante entre o sujeito e o objecto. Não é possível separá-los. Piaget realça também a importância do meio como estímulo. O sujeito apreende o mundo através das suas estruturas cognitivas. Como estas não são inatas, mas formadas a partir da actividade do sujeito em contacto com o meio, o processo de conhecimento é o processo de construção das estruturas.
"O conhecimento é uma construção progressiva. O desenvolvimento cognitivo constroi-se através de um processo de adaptação ao meio, resultante da interacção entre sujeito e meio."